Editorial

O potencial das cidades

Reportagem publicada nesta edição do DP traz uma boa notícia: Pelotas aparece como uma das cidades gaúchas com o maior potencial de consumo de sua população. A informação tem como base o relatório IPC Maps 2023, produzido há 30 anos com base em informações de bancos de dados divulgados por instituições oficiais. E, segundo este levantamento, o Município ocupa hoje a quarta posição neste ranking, atrás apenas de Porto Alegre, Caxias do Sul e Canoas.

A colocação pelotense ficou este ano um degrau acima da ocupada em 2022, superando Santa Maria. Conforme o relatório, as famílias de Pelotas somam R$ 12,812 bilhões em potencial de consumo, praticamente meio bilhão a mais que a cidade da região central do Estado. O avanço também se deu quando levado em conta o ranking nacional. Dentre os 5.570 municípios brasileiros, o principal polo econômico da Zona Sul saiu da 80ª colocação no ano passado para a atual 77ª.

Estes avanços significam pontos positivos para a cidade por um motivo bastante simples: com maior potencial de consumo, mais bem colocada nessa lista, a cidade torna-se mais atraente a investimentos. Sejam eles vindos de fora da região ou do Estado, sejam de empreendedores pelotenses ou de municípios vizinhos. Tanto grandes empresas do setor industrial ou do varejo. A partir do diagnóstico de que há capacidade de bons negócios, melhor se torna o ambiente para que a economia gire, gerando mais empregos, distribuição de renda e arrecadação de impostos, por exemplo.

Se para Pelotas houve melhoria neste ranking, em Rio Grande a notícia não é positiva. Embora tenha mantido sua posição na comparação estadual (11º), acabou descendo três degraus no cenário geral do País, ficando em 143ª. Outro sinal preocupante é que os dois municípios são os únicos da Zona Sul a figurar entre os 50 de maior potencial de consumo no Rio Grande do Sul. O que só confirma o quanto a região permanece subdesenvolvida e empobrecida.

O mais importante de um levantamento como esse não é o resultado estabelecido, ainda que deva ser comemorado. Mas sim o que fazer a partir disso. No caso de Pelotas, o crescimento precisa ser combustível para uma política econômica mais incisiva, capaz de formular seus próprios diagnósticos (a cidade ainda carece de dados e monitoramentos detalhados) e ações para atração de investimentos. Já Rio Grande, que se movimenta para recuperar o tempo perdido desde o baque do Polo Naval, tende a melhorar nos próximos anos. Porém, é fundamental uma articulação regional. Fortalecer as economias dos municípios da Zona Sul é o caminho para que todos cresçam e ampliem seus potenciais. De consumo e de desenvolvimento.

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